Wednesday, November 9, 2011

Universidade pública para poucos

Por Adilson Torres dos Santos, o Sapão

Notícia divulgada esta semana pela Agência Estado, mostra que o Brasil subiu uma colocação no Índice de Desenvolvimento Humano 2011. O relatório, divulgado ontem pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), mostra o País em 84º. entre 187 nações.
Os números usados pelo relatório mostram que o Brasil tem hoje uma expectativa de escolaridade de 13,8 anos, superior a países de Alto Desenvolvimento Humano como Luxemburgo (25º.), Emirados Árabes (30º.) e o Catar (37º.).
A escolaridade real, no entanto, é de apenas 7,2 anos, semelhante a países muito mais pobres como a Suazilândia, Gana ou o Suriname. A tradução desses número é que uma criança brasileira tem chances reais de completar o ensino médio e entrar em uma faculdade porque há oferta de vagas e o ensino básico brasileiro obrigatório é de 12 anos.
Na prática, uma boa parte delas sai antes mesmo de terminar o ensino fundamental. Segurar esses meninos e meninas na escola, fazer com que aprendam é um dos maiores exemplos do trabalho difícil que País ainda não conseguiu fazer.
Nessa corrida rumo às vagas na universidade quem ganha, sempre, são os filhos das famílias de classe média e classe média alta. Apesar de o sistema educavional brasileiro ter uma estrutura adequada para se encaixar os jovens, a qualidade da Educação é precária e a infraestrutura social e econômica das suas famílias obrigam os jovens a buscar alternativas para a sobrevivência.
Os reflexos foram identificados pelo Índice de Desenvolvimento Humano que mostra que precisamos agir, com comprometimento político e social para apoiar os jovens ao longo de sua formação.
Pois os investimentos de se garantir o acesso à uma educação universal, apesar dos esforços do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deixa sistematicamente do lado de fora das universidades públicas grandes contingentes de brasileiros. Só porque são pobres e obrigados a aceitar empregos precários para financiar uma educação e uma vida igualmente precárias.
Qualquer cidadão medianamente informado no Brasil chega à conclusão simples que gostaríamos de dividir com você ou educamos com responsabilidade social e econômica, garantindo oportunidades de acesso à educação, ao longo de toda a vida infantil e juventude, especialmente os mais pobres, que realmente precisam de apoio social ou continuaremos a ter um Brasil elitista, com universidades públicas financiadas pelo poder público, dinheiro de todos nós, mas com vagas apenas para os filhos dos ricos.

Wednesday, October 26, 2011

Detalhes que nos confirmam cidadãos


Por Adilson Torres dos Santos, o Sapão

 
Todos nós gostamos de bater no peito e nos apresentar como bons pais de família, respeitadores da ordem pública e das lei vigentes. Ensinamos nossos filhos a amar o próximo e, em momentos de grande paz, até entendemos os ensinamentos cristãos de perdoar nossos inimigos.
Dentro de casa somos os primeiros a defender os direitos dos idosos (afinal temos avós e pais que amamos) e dos deficientes, que consideramos merecer um tratamento diferenciado para ajudá-los a conviver em comunidade.
Mas basta entrar num carro e sair pelas ruas de nossa cidade que parece que nossa alma é tomada por um espírito não-cidadão. Na dificuldade para estacionar, ocupamos a primeira vaga disponível seja destinada a idoso ou a deficiente.
Talvez passe por nossas cabeças que se a vaga está sem ninguém é porque nenhum cadeirante ou idoso vai precisar mesmo dela. E, depois, nos justificamos, vou ocupar a vaga só por alguns minutos, talvez uma hora. Ou quem sabe, repetimos ali no estacionamento o comportamento aceito dentro de um ônibus ou metrô de ocupar os assentos reservados para os idosos, grávidas ou deficientes e levantar assim que aparece algum passageiro nessa situação. Só que no estacionamento, trancamos o carro e levamos a chave. Ou seja, transformamos a vaga de uma pessoa que tem direito a ela por lei, em nossa definitivamente.
Esquecemos dentro de casa toda a nossa civilização e assumimos na prática o nosso pior lado ao invadir uma vaga que é destinada por Lei Federal para os idosos e os deficientes.
A lei 10.098/00, regulamentada por decreto de 2004, estabelece que todo estacionamento deve reservar 2% das vagas para deficientes.
O desrespeito é tão sistemático que se pretende exigir dos estabelecimentos, shoppings e estacionamentos, que fiscalizem nossa falta de civilidade. É um constrangimento imenso para cada um de nós, cidadãos, pais e mães de família, pagadores de impostos e donos de títulos de eleitores, termos que ser corrigidos por guardas de estacionamento.
A esperança é que o constrangimento nos estimule a repetir na rua o que pregamos em casa. E apostar, de verdade, na proteção dos idosos e dos deficientes. E respeitar, de verdade, as vagas que lhes são destinadas.

Tuesday, October 11, 2011

Semana das Crianças fora das creches


Por Adilson Torres, o Sapão
Na Semana da Criança toda a atenção, carinho e discursos se voltam para as crianças. Temos o ambiente adequado, então, para que se adotem as providências necessárias para se resolver um grave problema na região: 24.178 crianças de zero a 5 anos de idade permanecem na longa fila de espera de creches.
E não é por falta de exemplos e de se saber como se resolve este gravíssimo problema, que afeta diretamente o dia-a-dia dos pais e mães que têm que trabalhar, além de se criar depósitos clandestinos de crianças. Das sete cidades, São Caetano figura como exceção - o município atende toda a demanda de Ensino Infantil.
A situação é tão preocupante que os municípios de Diadema, Santo André, São Bernardo, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra são alvo de ações civis públicas ou individuais do Ministério Público, que exige a criação de vagas para todas as crianças.
Ações necessárias mas insuficientes, no curto prazo, para resolver o drama dos pais que deveriam contar com o apoio da municipalidade para ter creche para seus filhos e filhas.
É a hora de aproveitarmos as reflexões que surgem na Semana da Criança e as vincularmos com a Semana das Eleições no próximo ano.
E toda vez que surpreendermos um político beijando uma criança vamos deixar bem claro que não terá nosso voto se não se comprometer, de verdade, pela geração de vagas nas creches municipais.
Porque o voto dos pais que são abandonados à própria sorte, juntamente com seus filhinhos e filhinhas, tem peso. E saberemos, com certeza, escolher melhor em quem votar, principalmente, porque seremos lembrados todos os dias, das dificuldades que enfrentamos para deixar nossos filhos em casas improvisadas, sem estímulo educacional, sem apoio de professores e pedagogos.

Wednesday, October 5, 2011

Mais 20 dias de aula por ano ou período integral?

Por Adilson Torres dos Santos, o Sapão
Após o baixo desempenho das escolas públicas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), divulgado recentemente, o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou que o governo estuda ampliar a jornada nas escolas com mais horas de aula por dia ou com mais dias letivos no ano - passando de 200 para 220 dias.
Os especialistas ouvidos pelos jornalistas do Portal Terra acham que 20 dias a mais não fariam muita diferença na formação dos alunos. E sugerem que se invista no período integral. O governo, claro, tende a adotar os 20 dias a mais. Daria para justificar os discursos e todos fingiriam que o País estava tentando melhorar a educação nas escolas públicas. Mas bastaria outro Enem para que as desculpas esfarrapadas caíssem por  terra.
Por isso, defendemos a adoção das escolas com período integral. O que pega é o custo. Mas até para isso há uma solução. Existe uma proposta de o governo brasileiro, em todos os níveis, investir 10% do PIB na Educação.
Atualmente, investimos 7%. Com a ampliação dos investimentos, mais um monitoramento de pais e mestres e da sociedade civil, para se evitar desvios e corrupção, talvez consigamos tirar dos discursos a tão sonhada Educação de qualidade nas escolas públicas brasileiras.
Enquanto nossos filhos e filhas passarem pelas escolas públicas e saírem sem saber o necessário para a sobrevivência, ainda estaremos sendo vítimas de uma política pública adotada na época da ditadura militar. E os governos que fingirem que resolvem a situação e nada fazerem continuarão cúmplices das políticas educacionais adotadas nos tempos da ditadura.
Os militares desmantelaram a escola pública e os filhos dos pobres, sem alternativa das escolas particulares, foram submetidos a essa humilhação. Portanto, se o governo brasileiro quer mesmo resgatar a Educação no País terá muito trabalho e muito investimento à frente. Um resgate que só será completo com a valorização e o respeito social pelos professores.
Pois uma educação de qualidade implica numa escola altamente preparada para educar bem seja nas quatro horas diárias ou no período integral. Todos os dias do ano. Para tanto, o Estado brasileiro precisa investir na motivação dos professores, através de salários respeitáveis, com mais qualificação e plano de carreira.
Com o envolvimento das famílias e o repasse, quando o aluno não tiver condições econômicas, de material didático que lhes garantam oportunidades iguais às que os filhos das famílias em melhores condições econômicas têm acesso.
Só assim teremos uma Educação universal, que não discrimina e nem exclui os mais pobres. Que se transformará, de verdade, em investimento no futuro do Brasil, quando precisaremos da excelência educacional para nos ajustarmos com condições de competir à economia cada vez mais globalizada
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Wednesday, September 28, 2011

Mais 20 dias de aula por ano ou período integral?

Por Adilson Torres dos Santos, o Sapão
Após o baixo desempenho das escolas públicas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), divulgado recentemente, o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou que o governo estuda ampliar a jornada nas escolas com mais horas de aula por dia ou com mais dias letivos no ano - passando de 200 para 220 dias.
Os especialistas ouvidos pelos jornalistas do Portal Terra acham que 20 dias a mais não fariam muita diferença na formação dos alunos. E sugerem que se invista no período integral. O governo, claro, tende a adotar os 20 dias a mais. Daria para justificar os discursos e todos fingiriam que o País estava tentando melhorar a educação nas escolas públicas. Mas bastaria outro Enem para que as desculpas esfarrapadas caíssem por  terra.
Por isso, defendemos a adoção das escolas com período integral. O que pega é o custo. Mas até para isso há uma solução. Existe uma proposta de o governo brasileiro, em todos os níveis, investir 10% do PIB na Educação.
Atualmente, investimos 7%. Com a ampliação dos investimentos, mais um monitoramento de pais e mestres e da sociedade civil, para se evitar desvios e corrupção, talvez consigamos tirar dos discursos a tão sonhada Educação de qualidade nas escolas públicas brasileiras.
Enquanto nossos filhos e filhas passarem pelas escolas públicas e saírem sem saber o necessário para a sobrevivência, ainda estaremos sendo vítimas de uma política pública adotada na época da ditadura militar. E os governos que fingirem que resolvem a situação e nada fazerem continuarão cúmplices das políticas educacionais adotadas nos tempos da ditadura.
Os militares desmantelaram a escola pública e os filhos dos pobres, sem alternativa das escolas particulares, foram submetidos a essa humilhação. Portanto, se o governo brasileiro quer mesmo resgatar a Educação no País terá muito trabalho e muito investimento à frente. Um resgate que só será completo com a valorização e o respeito social pelos professores.

Wednesday, September 14, 2011

Sufocados no trânsito

Por Adilson Torres dos Santos, o Sapão
As autoridades municipais e de trânsito precisam agir com rapidez antes que tenham mais carros que gente nas ruas das cidades do Grande ABC. Segundo informações da imprensa local, baseados em dados fornecidos pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) a frota de veículos do ABC cresceu nove vezes mais do que a população na década.
Enquanto o número de habitantes cresceu em 194.413 pessoas nos últimos dez anos, no mesmo período as ruas de nossas cidades receberam mais 580.112 novos veículos.
Eis as últimas contas: somos um total de 2.549.135 habitantes para um assustador número de 1.352.721 carros.
Se por um lado, tanto carro nos orgulha, pois afinal somos uma região que se especializou na produção de carros, inclusive com a fabricação das autopeças, é importante que a administração local mude o jeito de gerenciar o trânsito nas nossas cidades.
Claro, que vai gerar reclamação todas e quaisquer atitudes adotadas. Sejam elas relacionadas com rodízio de veículos, como já acontece em São Paulo, ou com restrição de áreas centrais para a circulação dos veículos ou ainda com a reserva de locais para o estacionamento preferencial de veículos.
O que sabemos é que não podemos mais adiar uma solução qualquer. E precisamos, por exemplo, discutir com nossos vereadores e prefeituras os investimentos também inadiáveis no transporte público. E combinar tais iniciativas com algum tipo de restrição aos veículos.
Sob pena de estrangularmos nosso processo viário e termos que adotar uma solução radical que também não interessa a nenhum de nós.
Se você tiver alguma sugestão, por favor, envie para mim ou coloque nos comentários deste Blog. Vamos encaminhá-las para as respectivas prefeituras e para cada um dos nossos vereadores. O que acha?

Reavaliar a aprovação automática de nossos filhos

Por Adilson Torres dos Santos, o Sapão
Um modismo preocupante tomou conta das nossas escolas públicas e privadas. Nenhum aluno pode ser mais reprovado. E, ao mesmo tempo, a aprovação não está vinculada a confirmação do aprendizado.
Resultado: com o tempo, os alunos aprendem a fingir que aprendem e os professores, sem outra alternativa, fingem que ensinam. Afinal, terão que transferir os alunos de série no fim do ano, tenham ou não aprendido a lição.
Os jovens que fingem que aprendem crescem e precisam se colocar no mercado de trabalho. E a realidade aqui fora é outra. Não tem moleza. Ou você sabe ou é demitido, mesmo depois de ter sido formalmente contratado. A grande maioria nem consegue passar pelos exames de admissão para as novas vagas.
O pior é que tentam repetir a mesma situação nas faculdades que aceitam suas mensalidades em troca do mesmo sistema de ensino. Em que o aluno passa a ser tratado como cliente e ao fim de quatro anos terá jogado dinheiro seu e da família pelo ralo, sem conseguir aprender uma profissão.
Começa, então a perambulação atrás de vagas. E mesmo apresentando diplomas universitários, os selecionadores sabem separar o joio do trigo. E o jovem sofre anos e anos de desemprego ou de subemprego.
A responsabilidade é de todos nós. Tanto dos pais (que já se manifestam contra esta tal de aprovação automática) quanto do Estado.
Se querem mudar o sistema de avaliação do estudante têm que criar mecanismos sólidos que premiem os que se esforçam e que mostre aos que não estão nem aí que enfrentarão dificuldades no mercado de trabalho e na vida.
O governo do Estado deveria ouvir os pais e mestres, os empregadores e lideranças sindicais. Porque a aprovação automática não interessa para ninguém. Nem para o aluno nem para seus pais. E muito menos para o mercado de trabalho, ávido de encontrar profissionais minimamente qualificados e prontos para serem incluídos no ambiente de produção e de serviços, que exige garra, determinação. Qualidades que, infelizmente, não são ensinadas mais nas salas de aula

Friday, September 9, 2011

Educação é o melhor investimento

por Adilson Torres dos Santos, o Sapão, diretor tesoureiro do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Cada R$ 1,00 investido na educação pública resulta em um crescimento de R$ 1,85 em nosso Produto Interno Bruto, o PIB, que é o total das riquezas produzidas no Brasil.
Essa constatação que deveria ser impressa e colocada em murais de todos os políticos brasileiros, sejam eles vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente da República resulta do Comunicado Ipea 75, publicado em fevereiro deste ano com o título: “Gastos com a Política Social: alavanca para o crescimento com distribuição de renda”.
O Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada – presidido por Márcio Pochmann, produz estudos que deveriam substituir ou pelo menos ajudar os discursos políticos. Em vez dos “achismos” deveríamos usar os estudos do Ipea para nos conscientizar dos acertos dos gastos públicos a favor da nossa economia, da distribuição de renda e do bem-estar da população.
Depois dos gastos com Educação, o que dá mais retorno é o investimento no Bolsa Família. Os cálculos do Ipea mostram que cada R$ 1,00 investido no programa Bolsa Família aumentará o PIB brasileiro em R$ 1,44.
Investir na Previdência Social também tem reflexos positivos no PIB. Para cada R$ 1,00 gasto em previdência se amplia o nosso PIB em R$ 1,23.
Enquanto isso, o gasto de R$1,00 com juros sobre a dívida pública gerará apenas R$0,71. Ou seja, gera um efeito negativo no crescimento do nosso PIB.
As análises do Ipea podem ser acompanhadas no site www.ipea.gov.br. São gratuitas, altamente especializadas e muitas são accessíveis à compreensão dos cidadãos e trabalhadores.
E deveriam servir de indicadores de mobilização social. Pois diante de números tão definitivos, fica muito mais fácil convencer nossos legisladores e os poderes executivos que investir, por exemplo, em Educação é uma decisão a favor do Brasil, pois terá impacto direto no aumento do acúmulo das riquezas do País.
Principalmente, se os investimentos forem realizados com seriedade cívica e sem serem desviados pela corrupção.

Tuesday, August 16, 2011

Sufocados no trânsito

As autoridades municipais e de trânsito precisam agir com rapidez antes que tenham mais carros que gente nas ruas das cidades do Grande ABC. Segundo informações da imprensa local, baseados em dados fornecidos pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) a frota de veículos do ABC cresceu nove vezes mais do que a população na década.
Enquanto o número de habitantes cresceu em 194.413 pessoas nos últimos dez anos, no mesmo período as ruas de nossas cidades receberam mais 580.112 novos veículos.
Eis as últimas contas: somos  um total de 2.549.135 habitantes para um assustador número de 1.352.721 carros.
Se por um lado, tanto carro nos orgulha, pois afinal somos uma região que se especializou na produção de carros, inclusive com a fabricação das autopeças, é importante que a administração local mude o jeito de gerenciar o trânsito nas nossas cidades.
O que sabemos é que não podemos mais adiar uma solução qualquer. E precisamos, por exemplo, discutir com nossos vereadores e prefeituras os investimentos também inadiáveis no transporte público. Com mais alternativas de deslocamento até o emprego, por exemplo, as pessoas tenderão a deixar o carro em casa e a usá-lo, apenas, nos finais de semana.
Sob pena de estrangularmos nosso processo viário e termos que adotar uma solução radical que também não interessa a nenhum de nós.
Se você tiver alguma sugestão, por favor, envie para mim ou coloque nos comentários deste Blog. Vamos encaminhá-las para as respectivas prefeituras e para cada um dos nossos  vereadores. O que acha?
Adilson Torres dos Santos, o Sapão, diretor financeiro do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá

Thursday, July 28, 2011

Guerra fiscal quase elimina 1.300 empregos diretos na Eluma

Por Adilson Torres dos Santos, o Sapão, diretor financeiro do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá
A Eluma decidiu investir R$ 72 milhões na construção de duas novas fábricas, que aos poucos substituirão as atuais fábricas. Foi o suficiente para que vários estados brasileiros abrissem a famosa guerra fiscal para tentar oferecer vantagens fiscais, salários baixos e terrenos de graça para tirar a fábrica de Santo André.
Felizmente, vários fatores se combinaram e conseguimos manter a Eluma em Santo André. Além dos 1.300 empregos diretos, ficarão aqui, também, os empregos indiretos dos trabalhadores que são contratados pelos fornecedores da Eluma, que deve superar mais de mil postos de trabalho. Sem deixar de contabilizar os impostos que uma empresa deste porte gera para o município e para o Estado de São Paulo.
Um dos fatores que ajudaram a manter a Eluma em Santo André foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou inconstitucional a guerra fiscal entre estados. O STF julgou no início deste mês 14 ações contra leis estaduais que concediam reduções e isenções fiscais a empresas e setores econômicos sem que houvesse convênios para esse fim entre todos os estados. E por unanimidade considerou inconstitucional leis de seis estados: Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Espírito Santo e Pará.
Outra iniciativa determinante foi a mobilização da sociedade civil, do nosso sindicato e do governo do Estado de São Paulo, através da Investe São Paulo.
A Investe São Paulo – Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade, foi criada pelo governo do Estado de São Paulo, em 2009, e se transformou na porta de entrada das empresas que pretendem se instalar no Estado e também estimula a expansão de empreendimentos que já estão em São Paulo.
A atuação do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá foi também decisiva para ajudar a costurar os acordos que manterão a Eluma, com suas duas novas fábricas na cidade.
Para nós, qualquer empresa na região faz parte do nosso tecido social e ao mesmo tempo que gera empregos e riquezas para Santo André ou Mauá, também tem a contrapartida de poder contar com nosso apoio cidadão. Uma empresa é muito mais do que uma máquina de gerar lucros. É, principalmente, uma organização econômica e social, que ajuda a comunidade a melhorar seus desempenhos sócio-econômicos.
Com a lição do STF de ter julgado, por unanimidade, a guerra fiscal entre os Estados e com a pronta ação da Investe São Paulo com o apoio direto e permanente da diretoria do nosso Sindicato, conseguimos manter a Eluma em Santo André.
Para nós trabalhadores e cidadãos de Santo André fica a certeza de que a mobilização permanente legitimam as alianças quando necessárias com o governo do Estado quando se tem como objetivo manter empregos e empresas que, com a ajuda de seus trabalhadores, gerem riquezas para nossa cidade.

Thursday, July 14, 2011

Dersa trata 70 famílias do Jardim Oratório como lixo humano

Este é o primeiro texto que publico no meu blog e infelizmente começo com uma notícia que nos entristece. A Dersa (Desenvolvimento Rodoviário SA) simplesmente esqueceu 70 famílias desamparadas, desabrigadas e passando tremendas dificuldades no Jardim Oratório.
Depois de passar um tempão sem dar muita satisfação aos moradores de Mauá, a Dersa iniciou a remoção das 1.897 casas, que darão espaço ao prolongamento da avenida Jacu Pêssego.
O bairro em que várias famílias construíram suas vidas e seus relacionamentos sociais e afetivos será simplesmente varrido do mapa. Faz parte do progresso. Mas ninguém esperava que a Dersa agisse com incompetência e deixasse para traz, sem eira nem beira, 70 famílias.
O pessoal está vivendo em um bairro destruído. Com casas parcialmente derrubadas. Sem água. Sem esgoto. Sem nenhum tipo de infra-estrutura urbana.
Os moradores nos procuraram porque não conseguem saber a quem recorrer. A Dersa, irresponsavelmente, tira o corpo fora. A prefeitura local não toma providências. E os moradores, cidadãos como você e eu, trabalhadores e pagadores de impostos são o exemplo vivo do abandono e da inoperância de uma empresa que deveria ser o exemplo de eficiência.
Daqui a pouco vão começar os discursos políticos. E vamos fazer questão de não deixar cair no esquecimento o sofrimento que a Dersa está impôs às 70 famílias. Gente como a gente, mas aos olhos dos administradores da Dersa não passam de lixo humano.
 
Adilson Torres Sapão, secretário administrativo e financeiro do Sindicato dos Metalúrgico de Santo André e Mauá