Wednesday, October 26, 2011

Detalhes que nos confirmam cidadãos


Por Adilson Torres dos Santos, o Sapão

 
Todos nós gostamos de bater no peito e nos apresentar como bons pais de família, respeitadores da ordem pública e das lei vigentes. Ensinamos nossos filhos a amar o próximo e, em momentos de grande paz, até entendemos os ensinamentos cristãos de perdoar nossos inimigos.
Dentro de casa somos os primeiros a defender os direitos dos idosos (afinal temos avós e pais que amamos) e dos deficientes, que consideramos merecer um tratamento diferenciado para ajudá-los a conviver em comunidade.
Mas basta entrar num carro e sair pelas ruas de nossa cidade que parece que nossa alma é tomada por um espírito não-cidadão. Na dificuldade para estacionar, ocupamos a primeira vaga disponível seja destinada a idoso ou a deficiente.
Talvez passe por nossas cabeças que se a vaga está sem ninguém é porque nenhum cadeirante ou idoso vai precisar mesmo dela. E, depois, nos justificamos, vou ocupar a vaga só por alguns minutos, talvez uma hora. Ou quem sabe, repetimos ali no estacionamento o comportamento aceito dentro de um ônibus ou metrô de ocupar os assentos reservados para os idosos, grávidas ou deficientes e levantar assim que aparece algum passageiro nessa situação. Só que no estacionamento, trancamos o carro e levamos a chave. Ou seja, transformamos a vaga de uma pessoa que tem direito a ela por lei, em nossa definitivamente.
Esquecemos dentro de casa toda a nossa civilização e assumimos na prática o nosso pior lado ao invadir uma vaga que é destinada por Lei Federal para os idosos e os deficientes.
A lei 10.098/00, regulamentada por decreto de 2004, estabelece que todo estacionamento deve reservar 2% das vagas para deficientes.
O desrespeito é tão sistemático que se pretende exigir dos estabelecimentos, shoppings e estacionamentos, que fiscalizem nossa falta de civilidade. É um constrangimento imenso para cada um de nós, cidadãos, pais e mães de família, pagadores de impostos e donos de títulos de eleitores, termos que ser corrigidos por guardas de estacionamento.
A esperança é que o constrangimento nos estimule a repetir na rua o que pregamos em casa. E apostar, de verdade, na proteção dos idosos e dos deficientes. E respeitar, de verdade, as vagas que lhes são destinadas.

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