Wednesday, September 14, 2011

Reavaliar a aprovação automática de nossos filhos

Por Adilson Torres dos Santos, o Sapão
Um modismo preocupante tomou conta das nossas escolas públicas e privadas. Nenhum aluno pode ser mais reprovado. E, ao mesmo tempo, a aprovação não está vinculada a confirmação do aprendizado.
Resultado: com o tempo, os alunos aprendem a fingir que aprendem e os professores, sem outra alternativa, fingem que ensinam. Afinal, terão que transferir os alunos de série no fim do ano, tenham ou não aprendido a lição.
Os jovens que fingem que aprendem crescem e precisam se colocar no mercado de trabalho. E a realidade aqui fora é outra. Não tem moleza. Ou você sabe ou é demitido, mesmo depois de ter sido formalmente contratado. A grande maioria nem consegue passar pelos exames de admissão para as novas vagas.
O pior é que tentam repetir a mesma situação nas faculdades que aceitam suas mensalidades em troca do mesmo sistema de ensino. Em que o aluno passa a ser tratado como cliente e ao fim de quatro anos terá jogado dinheiro seu e da família pelo ralo, sem conseguir aprender uma profissão.
Começa, então a perambulação atrás de vagas. E mesmo apresentando diplomas universitários, os selecionadores sabem separar o joio do trigo. E o jovem sofre anos e anos de desemprego ou de subemprego.
A responsabilidade é de todos nós. Tanto dos pais (que já se manifestam contra esta tal de aprovação automática) quanto do Estado.
Se querem mudar o sistema de avaliação do estudante têm que criar mecanismos sólidos que premiem os que se esforçam e que mostre aos que não estão nem aí que enfrentarão dificuldades no mercado de trabalho e na vida.
O governo do Estado deveria ouvir os pais e mestres, os empregadores e lideranças sindicais. Porque a aprovação automática não interessa para ninguém. Nem para o aluno nem para seus pais. E muito menos para o mercado de trabalho, ávido de encontrar profissionais minimamente qualificados e prontos para serem incluídos no ambiente de produção e de serviços, que exige garra, determinação. Qualidades que, infelizmente, não são ensinadas mais nas salas de aula

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